Chove forte. Há meses que D. Pedro chora por motivo desconhecido, castigando Santa Catarina, será que a mesma fez algo de mau? Não temos resposta para o plano superior.
Debaixo de um casebre simples a família celebra o primeiro “papai” dito pela menina de 11 meses. Seus pais riem do feito da pequena. A morada fica num morro protegido pela mata nativa, árvores verdejantes que estão cansadas de serem molhadas.
As lágrimas do santo continuam por horas seguidas, o céu está negro parece noite, não se sabe exatamente se já o é ou se ainda é dia, olham para o relógio, é hora de dormir. Deixam o nenê em seu berço quente, vão para a cama de casal.
Ela chora assustada pelo barulho de trovões.... os pais a levam para a segurança de seus braços. Conseguem-na acalma-la por certo tempo, não esperam o acontecimento que acontecerá em poucos... Boom! Ouvem ao fundo, o pai e marido protege sua família, num instinto rápido, animal! Segundos depois acontece o pior as árvores-muro caem. Lama invade toda a parte, leva pertences. A cama jaz em pedaços, ele solta a mão da mãe do rebento para proteger a indefesa criança... instantes depois é o fruto do amor que se vai. Ele é resgatado, preferia que resgatassem as duas e o deixassem, já não há tempo. O pai outrora orgulhoso perde tudo num espaço de segundos, no máximo um minuto.
Levam-no a uma igreja-abrigo. Está desolado, a tristeza, a desesperança, o medo e poucos momentos lúcidos se alternam. Não consegue chorar, não acredita, tenta, mas é impossível. Não dorme, lembra dos 11 meses mais felizes de sua vida e do momento em que o Sol brilhou forte e rapidamente... “Papai!”, “Papai”, “Papai”, ... a palavra, a lembrança, o momento, o sorriso, a voz... não sai de sua cabeça. Papai...
ps. Inspirado na reportagem ‘“Em menos de 1 minuto, eu perdi as duas’, diz o pai” – O Estado de S. Paulo, Terça-feira, 25 de novembro de 2008, p. C6 (Cidades/Metrópole).
Debaixo de um casebre simples a família celebra o primeiro “papai” dito pela menina de 11 meses. Seus pais riem do feito da pequena. A morada fica num morro protegido pela mata nativa, árvores verdejantes que estão cansadas de serem molhadas.
As lágrimas do santo continuam por horas seguidas, o céu está negro parece noite, não se sabe exatamente se já o é ou se ainda é dia, olham para o relógio, é hora de dormir. Deixam o nenê em seu berço quente, vão para a cama de casal.
Ela chora assustada pelo barulho de trovões.... os pais a levam para a segurança de seus braços. Conseguem-na acalma-la por certo tempo, não esperam o acontecimento que acontecerá em poucos... Boom! Ouvem ao fundo, o pai e marido protege sua família, num instinto rápido, animal! Segundos depois acontece o pior as árvores-muro caem. Lama invade toda a parte, leva pertences. A cama jaz em pedaços, ele solta a mão da mãe do rebento para proteger a indefesa criança... instantes depois é o fruto do amor que se vai. Ele é resgatado, preferia que resgatassem as duas e o deixassem, já não há tempo. O pai outrora orgulhoso perde tudo num espaço de segundos, no máximo um minuto.
Levam-no a uma igreja-abrigo. Está desolado, a tristeza, a desesperança, o medo e poucos momentos lúcidos se alternam. Não consegue chorar, não acredita, tenta, mas é impossível. Não dorme, lembra dos 11 meses mais felizes de sua vida e do momento em que o Sol brilhou forte e rapidamente... “Papai!”, “Papai”, “Papai”, ... a palavra, a lembrança, o momento, o sorriso, a voz... não sai de sua cabeça. Papai...
ps. Inspirado na reportagem ‘“Em menos de 1 minuto, eu perdi as duas’, diz o pai” – O Estado de S. Paulo, Terça-feira, 25 de novembro de 2008, p. C6 (Cidades/Metrópole).