sábado, 23 de agosto de 2008

O chuvisco fino e gelado toca minha pele causando uma deliciosa sensação entre o corpo quente e a água fria. No som Lou Reed declama uma canção tristonha e melancólica. Ponho o braço pela janela com um cigarro aceso na mão... a ponta em chama destaca a escuridão... bato e as cinzas voam calmamente no ritmo do vento com rotações mágicas. E eu cá estou, madrugada adentro, acordado como sempre.

Sometimes I feel so happy
Sometimes I feel so sad
Sometimes I feel so happy
But mostly you just make me mad
Baby, you just make me mad

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Thought of you as my mountain top
Thought of you as my peak
A thought of you as everything
I've had, but couldn't keep
I've had, but couldn't keep

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Skip a life completely
Stuff it in a cup
They said, money is like us in time
It lies, but can't stand up
Down for you is up

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

It was good what we did yesterday
And I'd do it once again
The fact that you are married
Only proves you're my best friend
But it's truly, truly a sin

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

If I could make the world as pure
And strange as what I see
I'd put you in a mirror
I'd put in front of me
I'd put in front of me

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Lou Reed continua a bela canção... traz a melancolia junto com o passar das horas e já são duas e trinta e seis da madrugada... Seus pálidos olhos azuis... minha loucura, minha madrugada, minhas sensações. Acendo mais um e continuo na janela olhando para o negro céu.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

1 ano

Pois é, nem eu acredito que esse antro sobreviveu um ano de textos ruins, idéias desconexas e muito sentimentalismo barato. Mas sobreviveu, só pra deixar marcado e que venha, não, não será mais 1000. Que venha quanto tenha que vir... estamos ai pra isso!

1 ano, 82 textos publicados, uns 3 ou 4 que eu gosto. E claro, a tradição de comemorar o 1º ano! Deveria estar no bar comemorando ao invés de escrever essas falácias por aqui. Chega! Leia o texto abaixo!

Grato aos que passam por aqui. E comentam ou não. Não importa...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Olimpíadas da pieguice

Pode me chamar de piegas, mas... caralho, o esporte emociona! E como! César Cielo Filho chegando em terceiro lugar, achando no dia anterior que nem se classificaria... Lezak fechando revezamento 4 x 100 metros sendo que o recordista mundial tava do lado e com meio corpo a frente... Caralho... e são só 6 dias de Olimpíadas, vem mais.

sábado, 9 de agosto de 2008

Ando pelas calçadas esburacadas, melancólico com o mau tempo... chuva, céu cinzento, desamores... acendo o último cigarro do maço debaixo do meu guarda-chuva negro, negro como meu humor e meus pulmões no futuro, não me importo, apenas ando, tentando fugir das poças gigantescas d'água, apenas quero impedir minhas meias de se ensoparem e da sensação de pé molhado.

Observo ao longe e desobservo, continuo andando sem rumo, como sempre quando meu humor não está bom, páro em um buteco qualquer, ao fundo ouço o velho e ruim sertanejo, pra mim, ruim, pros do bar, bom. Finjo escutar apenas ruído, peço apenas mais um maço com um dinheiro qualquer, desentarrado das calças e casacos recém-lavados, não tenho nem como pedir mais... peço apenas a nicotina, o alcatrão. Sim, gasto dinheiro com besteiras, estou mais pobre, com menos saúde e mais feliz. Me julgam, apenas ignoro, sei que faz mal, mas oras, o que mais não faz?

E com essa dúvida na cabeça, minhas roupas pesadas e meus pés úmidos continuo a andar em busca do desconhecido, conhecido. Já passei por lá, mas são os úmidos membros que me levam, não a minha doente cabeça, cantarolo uma canção qualquer: "lá, lá, lá"; a música, a arte, as minhas amizades, a minha solidão, meus vícios e minhas virtudes me fazem feliz...

Que virtudes? Abstraio, deixo isso para os outros, não sei nem ao menos quem sou... além dum fumante, bêbado, (in)feliz... Ando, ando, formam bolhas doloridas, não sinto... já escurece no horizonte... hora de voltar para casa e parar com esses pensamentos tresloucados, hora de me encaixar na sociedade, mais tarde volto a fazer tudo isso, sempre sozinho ou com amigos problemáticos como eu... sempre assim... repetidamente... faço dessa forma para não ser julgado, olharem torto e acharem que perco minha vida desse modo... essa é meu modo de vida, lembre do passado, viva o presente e que se foda o futuro. Tomo um banho e estouro minhas bolhas doloridas, estão lá junto com as marcas de tempo, meus calos, minhas cicatrizes, esse sou eu.