Não penso no passado, a qual devemos lembrar, mas não nos prender, nem no futuro, que devemos pensar, mas não nos iludir, penso, apenas, no presente no qual devemos viver... os outros que deixem para mim; me isolo nos perdidos devaneios do meu mundo paralelo, embasado em álcool e nicotina, nas ruas escuras e frias, no isolamento da metrópole, nos relacionamentos mentirosos, falsos, distantes e interesseiros, nos humanos atos imundos, na sujeira, nos ratos e esgotos. Meus embasamentos são todos negativos, a esperaçança distante está, como a luz ao final do túnel que nunca chega. Nisso que penso, nisso que vivo. Nesse mar de influências negativas...
Continuo andando sem rumo, o luar começa a baixar, estou na baixa Augusta, lugar em que convivem putas, cafetões, rockers, emos e todas as "tribos", me sinto bem em distinto lugar, a crueza e diferença dos seres humanos exposta ao vento, não no underground por aí, escondido do mundo, ali a verdade vêm à tona... ali encontro tudo que me embasa. Minha casa aqui és... a relação de exploração entre patrões e meretrizes, essas e seus clientes, esses e o álcool, a verdade e a mentira andando lado a lado... irônico ser tudo tão verdadeiro ali, mesmo com tantas mentiras, "nossa, como você é gostoso" - puta para comprador. Tudo isso é a verdade, não essa redoma em que costumamos viver, talvez por isso me sinto tão bem ali, no meio de pessoas que costumam dizer para evitarmos, com ambientes nada familiares, com substâncias nada saudáveis e com a verdade tão evitada. Esse é o nosso mundo, baseado no falso. Aqui é minha casa. Cada bar é um cômodo, cada pessoa é um morador, cada cama é um sofá e cada bebida é a bebida. E assim que é. E deveria ser.
Um comentário:
É estranha a forma como a mentira consegue encorporar-se tâo bem à verdade a ponto de sê-la. Ou apenas confundir...
Postar um comentário