sexta-feira, 13 de novembro de 2009

depois que te conheci, escrevi apenas um texto...
dolorido, manchado de saudades do seu passeio pelo lado antigo das gentes
queria escrever mais,
mas a felicidade que me invade quando estamos
me impede

escrever é algo para quem tem talento
ou sofre demais
não sofro mais
não tenho como escrever

quarta-feira, 1 de julho de 2009

na caída do dossel

cama vazia
rola pro lado, há espaço demais, prefere o aperto e  o aconchego da cama de solteiro cheia
ao monte de lençol para ele
prefere a disputa pelas cobertas nas noites gélidas
a ficar com todo o calor que não aquece
nesses momentos que não passam e existem

ele volta em tempos, tempos que não acabam
tenta se divertir nessa solidão forçada
com a distância de um oceano os separando, como uma barreira
lado oriental e ocidental bloqueados
por um muro que tem data pra cair

risca os dias no calendário pela manhã, confere se estão riscados pela tarde
e rerrisca quando o sol se vai
faz mais um traço ao cair no espaço do dossel
não é mais o mesmo

o tempo teima a não passar
minutos são horas, horas são dias
sua falta de sono o ataca fortemente, teima em tentar falar
não há quem o escute
o Atlântico o rasga como papel frágil

o aperto no peito
o suspiro longinquo
a cidade que não dorme, agora calada
a noite que teima em não vir
a saudade retorcendo seu corpo

apenas tem tempo para escrever sobre uma paixão
aqueles que não estão vivendo uma paixão
ou os que estão impedidos de vivê-la

e ele se revira mais uma vez na gigante e vazia cama
sempre contando o tempo que não vai.

terça-feira, 7 de abril de 2009

andava por ai, arrogante como sempre, calado como nunca. ia pelas serras de minas gerais, suas curvas mais que tortuosas, seu povo acolhedor e aquele frio serrano na época do inverno... andava, não sabia para onde, não sabia bem o motivo, apenas seguia meu caminho, meio que fugindo do meu negro passado e dos fantasmas que ainda me perseguiam. andava morro acima, morro abaixo, esquerda, direita. então encontro outro viajante, um sujeito com um sotaque bem estranho, parecia português, veio com um papo que não sei o que lá, sou português, vim pro brasil passear e me apaixonei. como sempre faço e todos devem fazer ignorei o sujeito, falando qualquer coisa por cima, pouco me importando com ele, visivelmente mais maduro que eu. então tomo um esporro, desses de gente velha em gente nova e pior fico calado, engulo orgulho, reputação, arrogância e tudo mais para ouvir um sujeito que eu não conhecia, mas me parecia tão parecido comigo... acendo um cigarro enquanto ouço o esporro que deveria ser arrogante e manter minhas convicções, mas deveria ouvir pessoas por nunca saber quem são elas, disse que era igual a mim. engulo tudo e nem retruco direito, conta aos montes suas historinhas luso-brasileiras, mostra desenhos de seus cavalos. depois do início atordoante, cria-se uma admiração, uma coisa irmão mais novo, irmão  mais velho... tiro uma cerveja de algum lugar, acendo um fumo e fico ali com aquele que por um acaso foi o irmão mais velho que nunca tive, mesmo que tenha sido por algumas poucas horas. pessoas parecidas se atraem, não tem outra explicação, só trombo com malucos, bêbados, drogados e viajantes, não existem pessoas normais a minha volta, desculpem-me... mas não existem... ah minhas serras mineiras, meu frio invernal, meu queijo e meu sotaque tão querido.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cérebro Eletrônico, questionário e single inédito

Senhores, senhoras e senhoritas, novamente venho aqui em pró-da grande banda Cérebro Eletrônico, como todos sabem adoro a banda, tem uns 2 ou 3 posts falando dela por ar aqui... Me pediram um pequeno favor... vocês devem responder esse questionário aqui e no final da pesquisa, poderão baixar o single inédito: "Marcha de Núpcias do Carnaval" que estará no próximo álbum da banda, além de concorrerem a alguns prêmios como o sensacional box Cerebral (que vem com um cd em digipack, adesivos, fotos, livrinho sobre a composição das músicas) e alguns cds da banda.

Respondam e divulguem! Não custa nada com exceção de alguns minutinhos!

Valeu!




sexta-feira, 13 de março de 2009

19

alguns dias atrás fiz 19. tô velho pra caraleo. mas nada disso importa depois da melhor festa que já tive na vida. obrigado porcas, obrigado cérebro, obrigado amigos. todos que estavam lá em corpo e em espírito. demorou muito pra cair a ficha. li coisas como "noite antológica" por mr. h., li como uma das melhores festas já existidas por danislau também. obrigado mesmo! mesmo com minha amnésia alcóolica... os momentos que tenho como lembrança são fantásticos, nada menos que isso. o clima sensacional... não enumerarei quem estava lá por medo de esquecer alguém, mas agradecimentos sinceros, muito sinceros e emocionados pra vocês, meus amigos.

vai ser difícil bater essa festa. que venha os 20. com mais shows, mais álcool, mais helena, mais tabaco, mais amigos, mais música no camarim, mais fotos vergonhosas, mais dinheiro emprestado pra pagar, mais botas de meninas provocantes, mais sorrisos sinceros, mais companhias do caraleo, mais augusta, mais noites insanas e dias também, que venham mais abraços, parabéns. o presente? isso a gente deixa com a presença.

obrigado, mesmo!

quarta-feira, 4 de março de 2009

vício.

antes sofria e chorava
bebia e fumava
tudo por causa dela
doía? sim, como doía

agora, não ama mais
a vida não tem graça
plana e sem emoções
vive para sobrevida

procura em esquinas
em todo lugar olha
e não acha

aquele sentimento
esquece como era
mas deseja de novo e de novo
[e de novo e de novo... viciou.




sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

desço a rua dos prazeres, a cada esquina encontro um buteco, uma boca ou um puteiro. ando adentrando em cada um deles. me afogo na cachaça translúcida como as mentiras contadas, me jogo nas montanhas brancas anestesiantes para correr e me delicio com um par de coxas qualquer de uma mina que não é tu. e cada vez que você tropeça, eu morro uma vez. me afundo mais e mais no submundo. lugar negro, diferente dos copos de arak que roubei do árabe. diferente dos pós que consegui com o colombiano. diferente dos peitos alvos e rosados da européia loura. cada lugar que passo, vejo uma doença me invadindo. já vi a aids ao meu lado, já vi o câncer nos meus pulmões negros, já vi a cirrose destruindo meu fígado, já vi as artérias e veias explodindo por excessos. não tenho medo de nenhuma dessas. essas me matam, me levam a sete palmos abaixo de onde estás. fico longe de ti. a doença que tenho mais medo... é a tua doença. a tua presença. a minha fraqueza ante seus morenos cabelos. meu maior medo é a doença do amor.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

só se sabe que vive.

não se tem notícias do blog.

ele vive.

mas as idéias não.

mente morta.

corpo vivo.

prefiro o contrário.

mate o corpo.

viva a mente.

vivam as idéias.

viva a sagacidade.

morte ao físico.

jaz as idéias.

RIP my dear.