segunda-feira, 7 de março de 2011

Cuyabá, a cidade do aconchego.

Cuyabá, a cidade do aconchego. Não há cidade como essa em lugar algum. Não é possível existir tamanho calor, tamanho amor e nem tamanha delícia de comida como aqui. Essa dica é pra você, amigo paulistano, que conhece o mundo todo e tá enjoado de todos esses, eu duvido e muito que você tenha ido a Cuyabá. Só digo uma coisa, vá! Vá sem pensar duas vezes, vá sem conhecer ninguém. A cidade vai te abraçar como nenhum dos 300 países que você conhece. Muitas cidades são receptivas, muitas cidades são quentes,
e muitas cidades tem comida boa, mas não há nenhuma que junte as três características que abrilhantam a capital do Mato Grosso. 

Cuyabá, a cidade do aconchego, tem seus muitos defeitos, assim como todas as outras tem. Mas seus feitos, suas glórias não são algo palpável. Não é o Louvre ou a estátua da Liberdade ou qualquer desses lindos monumentos mundiais. A glória dessa cidade, quente como o inferno, são suas pessoas. São elas que transformam Cuyabá na cidade do Aconchego, a cidade que te recebe como uma mãe, te abraça e te dá para comer no colo. Não sei se é o clima quente ou sei lá o que... as pessoas lá são quentes e carinhosas e vão gostar muito de ti, mesmo que seja um paulistano metido. Não sei ao certo explicar, mas dúvido que haja outra pessoa em outra cidade que te convide ao casamento, tendo te visto duas vezes na vida (Gabriel, pra ti <3). Ou então, sair para tomar um ar do café e ficar meia hora conversando sobre a vida do moço sonhador que quer ser vencedor de luta livre. Ou descobrir que o moço mora em um bairro distante e morou no Japão, está solteiro de novo e tem um Zippo japonês.. Não há nenhum lugar que as pessoas vão conversar tanto sobre a vida com você. Elas gostam de você muito rapidamente. Não tem essa de distância nem nada do tipo, elas querem que você se sinta em casa e vão fazer o máximo para que isso funcione.

Cuyabá, a cidade do aconchego, te impressiona logo ao descer do avião. Aquela andada na pista é o melhor cartão de visitas que a cidade podia te dar. E ela te dá. Não tem como esquecer aquela sensação de calor, aquele sol queimando a sua têmpora e você com aquele casaco para meia estação. No meio da longa pista, você vai tirar, acredite. O calor é insuportável, mas deve ser ele que faz a cidade ser tão aconchegante, com lembranças da infância, mesmo que você tenha sempre passado a vida na cidade. Uma cidade grande com clima de pequena. Aquele clima de todo mundo tratar bem e querer o seu melhor.

Cuyabá, a cidade do aconchego, só tem esse título pra mim por causa da comida. CARALHO, que comida. O pessoal da Leila Malouf e do Mahalo que me desculpe, mas eu gosto mesmo é da comida da Maria e da comida dos restaurantes típicos. Não que esses lugares chiques são ruins, muito pelo contrário, mas a comida cuyabana é o ponto forte junto com as pessoas. Provavelmente em todo lugar há a boa comida típica. Os peixes ensopados e fritos e grelhados e assados. O arroz com pequi. A maria izabel. Mas nada, não tem como superar, não existe, nada parecido em lugar algum, a já lendária, farofa de banana. Banana e farinha, só isso. Cada um dos restaurantes, cada uma das cozinheiras tem uma farofa melhor que a outra, mas a melhor de todas é a Maria (<3). Essa comida tão particular, tão quente e tão gostosa aquece o coração como nenhuma outra. Em nenhum lugar, a comida te faz sentir tão bem quanto aqui. Pra mim, Cuyabá, é a cidade em que eu como e me sinto em casa. Mesmo não tendo ido mais do que uma mão de vezes para lá. 

Considero Cuyabá, a cidade do aconchego, a minha segunda cidade. Junta o melhor da cidade pequena com o melhor de uma capital. Mas as pessoas, as comidas, os lugares, o jeito cuyabano é especial. Mesmo depois de velho, depois de muito tempo sem voltar, vou lembrar com nostalgia de cada uma das comidas. Cada uma das pessoas que conversei. Cada segredo que Cuyabá tem. Cada abraço acalorado ou dia suarento que passei pela Hell City. E cada uma das pessoas especiais que mesmo não sendo cuyabanas de nascença, o são de coração.

É para vocês, cada um de vocês que me tratou bem. Que me deram um abraço. Que me apresentaram um lugar. Que me fizeram sorrir ou me contaram um causo. E sempre me fizeram sentir em casa mesmo tão longe da minha cidade. Vocês fizeram essa cidade, a minha segunda cidade. E me fizeram melhor. Mais humano, mais aberto. Mais caloroso, como cada um de vocês.

Cuyabá, um caso de amor.

Para Laís e suas comparsas que me divertiram e me contaram tantas coisas e me ensinaram e me levaram
Para Hélinho e o Vanguart que me fizeram sorrir e chorar com suas canções. E me ensinaram.
Para Gabriel e Daniel, mestres da eletrônica do Brasil que me fizeram me sentir especiais, sem contar o fato de ter conhecido os dois no mesmo lugar em anos diferentes.
Para Pablo Capilé e o Espaço Cubo e Kayapi e o Macaco Bong por me darem apoio quando fui trabalhar por lá.
Para muitos outros que nem cheguei a saber o nome, mas me trataram sempre bem.
Para meus sogros (haha - sem puxa-saquismo).
Para muitos que merecem estar aqui, mas não quero me alongar.

Cuyabá, eu te amo.

4 comentários:

L. disse...

é.. chorei.

Andreia disse...

Oh, que lindo o texto! Que saudade de Cuiabá do meu coração! (aqui é a irmã do helinho).

ps. estudei com o Gabriel em 99! Pessoa de ouro!

Érika Gibaja disse...

Esse blog ainda existe?? Só eu desisti, mesmo... =/

Myself disse...

e a manga...
e o caju...
e o jeitinho irritante de um cuiabano falando que provavelmente, um dia você vai lembrar do sotaque engraçado e dar um sorriso que vem do coração!