quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

No arrastar das alpargatas

Noite quente, com algumas poucas estrelas visíveis, numa atípica quinta-feira paulistana, entre os feriados de Natal e Ano Novo. Vazia, tranqüila para os padrões da metrópole. O garoto anda 300 metros lentamente, arrastando suas alpargatas gastas. Enquanto isso uma confusão de sentimentos, vontades, dores e essas coisas, que os seres humanos sentem, se passa em sua cabeça juvenil.

Na verdade, não sabe bem o que sente, aquele vazio que o acomete, lembranças, memórias e, por fim, chega a saudade. O calor moribundo não ajuda na tentativa de descobrir o que sente, ao longo do caminho pessoas passam. Grupos de jovens, famílias, senhoras, senhores e o solitário garoto continua sua caminhada não tão longa ao seu destino.

A melancolia estampada em seu rosto, seus gestos, denota a confusão que sente, sua cabeça pensa lentamente na sua vida, seus propósitos e principalmente na tempestade mental que está passando. Ele sabe que sempre tem suas neuras, seus problemas, mas de vez em quando eles batem mais forte, o que causa a melancolia.

Isso é ser humano, ter que pensar em tudo isso e saber que amanhã o dia nasce novamente, que amanhã você pode estar todo sorridente e alegre, enquanto isso, o garoto continua pensando... e pensando... e pensando... e pensando...

Um comentário:

singela nostalgia · disse...

...e andando...

sinto-me triste quando ando por São Paulo e não vejo nenhum rosto conhecido e as pessoas, e a própria vida passam com uma certa relevância e me deixam vazia.