quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

No arrastar das alpargatas

Noite quente, com algumas poucas estrelas visíveis, numa atípica quinta-feira paulistana, entre os feriados de Natal e Ano Novo. Vazia, tranqüila para os padrões da metrópole. O garoto anda 300 metros lentamente, arrastando suas alpargatas gastas. Enquanto isso uma confusão de sentimentos, vontades, dores e essas coisas, que os seres humanos sentem, se passa em sua cabeça juvenil.

Na verdade, não sabe bem o que sente, aquele vazio que o acomete, lembranças, memórias e, por fim, chega a saudade. O calor moribundo não ajuda na tentativa de descobrir o que sente, ao longo do caminho pessoas passam. Grupos de jovens, famílias, senhoras, senhores e o solitário garoto continua sua caminhada não tão longa ao seu destino.

A melancolia estampada em seu rosto, seus gestos, denota a confusão que sente, sua cabeça pensa lentamente na sua vida, seus propósitos e principalmente na tempestade mental que está passando. Ele sabe que sempre tem suas neuras, seus problemas, mas de vez em quando eles batem mais forte, o que causa a melancolia.

Isso é ser humano, ter que pensar em tudo isso e saber que amanhã o dia nasce novamente, que amanhã você pode estar todo sorridente e alegre, enquanto isso, o garoto continua pensando... e pensando... e pensando... e pensando...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Cartas

Cartas não são scraps, cartas não são testimoniais, cartas não são nem e-mails, apesar do nome (traduzido, óbvio, né). E por que existem pessoas que continuam mandando-as, mesmo tendo acesso a todas essas alternativas?

Imagino que a carta tenha toda uma simbologia, por exemplo: convites de casamentos, contas, postais todas chegam por cartas. Amizades postais existem, assim como, hoje, pessoas têm amizades virtuais. O mundo evoluiu muito, muitas mudanças, mas certos hábitos nunca mudam, faz sentido uma velha mandar uma carta, mas, não são apenas essas, que ainda mantém a tradição, alguns jovens tem um apreço especial pelas mesmas. Vai entender, não é?
Confesso que eu tenho uma certa admiração, veneração quem sabe pelas mensagens via correio, cartas de amor (ridículo, como dizia Pessoa), cartas de amigos e, principalmente, pelo histórico de amizades literárias Pessoa e seu amigo Sá-Carneiro, que o informou do suicídio via carta, existe algo mais forte do que isso? Ou a amizade e troca de idéias entre Drummond e Mário de Andrade? Existem outras, muitas outras, mas o Google é meio burro e não ta ajudando na busca, então termino por aqui as referências literárias, por cartas.
O que torna as cartas tão especiais é o jeito intimista de ser, a mensagem é direta, remetente para destinatário e só, não há intermediários. Outro fato, é a mania das pessoas em guardar lembranças e coisas que representa(ra)m alguma coisa pra vida delas, como: a camisinha da primeira transa, as cartinhas da primeira paixão, esse tipo de coisa, que para quem vê de longe é insignificante, mas só quem viveu sabe a razão daquele papel estar guardado. Li no blog Sorvete de Creme com Calda: “Um conselho muito bom é não jogar nada fora. Deixe guardadinho, você pode passar por uma fase ruim algum dia, e querer relembrar alguma característica da pessoa, para que você possa se animar, e caso jogue tudo que ganhou, não há meios de relembrar, certo?!” Faz muito sentido.
E, oras, por que não amigos mandarem cartas? Por que não demonstrar a eles o quão são especiais, mas não por depoimentos, e sim, por algo concreto que eles possam guardar. Fica a sugestão.

sábado, 1 de dezembro de 2007

LUGAR DO CARALHO!

Qual outro nome posso dar a esse post, que vou falar sobre o lugar que encontrei as pessoas mais foda, nos três anos mais foda da minha vida? É, a Federal acabou, aquele lugar que você achava que só ia encontrar nerds-jogadores-de-magic, metaleiros e gente estranha, incluindo você. No final, achou as pessoas que fizeram você crescer, que fez você valorizar ainda mais as amizades e perceber que tudo tem seu lado muito positivo! Mesmo que não seja a melhor escola no quesito “matéria”, nunca vai achar o grupo de pessoas como os que achou lá. Tenho quase certeza disso.

É estranho pensar nisso, mas aquele lugar tem tudo para você não gostar, é feio, instalações pífias, material antigo, professores displicentes (claro que nem todos), mas não, no final de tudo, você percebe que lá é diferente e todos esses contras fizeram você melhorar, ser mais independente e menos filhinho-de-papai-que-estudava-numa-escolinha-que-mandava-bilhetinhos-caso-não-fizesse-a-lição, mas lá, não, você tem que aprender sozinho, você não é cobrado, mata aula, toca o putero, faz o que quiser, essa liberdade é o diferencial. Tá, mas tudo isso não explica o porquê de se apegar àquele lugar, perceber que vai sentir falta e o pior, qual a relação de tudo isso com as pessoas que lá estão?

No começo, toda aquela dificuldade, escola nova, ambiente novo, miguxos novos e você todo retraído lá... com medo de não gostarem de você, mal você pisca e já está no meio do ano, com amigos e panelas. Piscou de novo, 2º ano, e você percebe que aquelas pessoas são diferentes das outras, tá, possivelmente percebeu antes, mas é estranho como suas amizades vão crescendo, você deixa de ser tímido, começa a “causar”, porque você é malandro, o tempo vai passando e já está no 3º. Ai fudeu, começo do ano, e você percebe que já é o último naquele lugar feio, por enquanto tudo normal. Muitos amigos vão fazer o cursinho e cai a ficha que tem aquele testezinho no final do ano, o Vestibular, mas você está todo tranqüilo, então começam as contagens regressivas para a viagem de formatura, Porto. E chega, Porto, você causa, beija mil e umas (ou não), bebe todas, percebe, logo depois que volta, que aqueles caras são realmente sensacionais, afinal “só se conhece os amigos, quando se viaja com eles”. E cai a ficha, final do ano, último bimestre, começa a famosa DPP (depressão pós-porto) e os dias passando cada vez mais rápido, passa Unicamp, passa Fuvest e acabou. Você toma um porre fenomenal, chora pra caralho em homenagem aos amigos, por enquanto estou aqui.

Um dia completo, o que mais posso dizer? Que não me arrependo de nada, que aquela escola (escola? Clube vá, lá) é demais, que os amigos são muito bons, que nada mais vai ser igual, que você vai sentir falta até daquele amigo pentelho, que a sua tchurma é foda, mas que nunca mais vai ser igual, todos juntos e que você está envelhecendo, chegando a hora de amadurecer.

Mas acima de tudo isso, o fim do Colegial é só o fim de mais uma fase, que nem aquela formatura do prézinho, o fim da 4ª série e da 8ª. Tentam te convencer disso, eu discordo, talvez por estar tão próximo ainda, talvez eu seja um bobo, novo-velho, já saudosista, mas é isso, para mim é diferente. Mas no final, deve ser só mais uma fase, como todas as outras, os amigos continuarão, não importa a distância, novos amigos chegarão, novos ambientes você vai freqüentar. E na memória fica o companheirismo, a amizade, os bons e maus momentos passados juntos, os estranhos, os professores, as cagadas, os bares, as baladas, aquele jogo de futebol e pasmem, até as aulas.

Federal, o clube-escola que deixa saudades, nos três melhores anos da minha (ainda) curta vida. Dos ensinamentos, e perceber que aquilo é uma prévia da faculdade. Mas vá lá apesar de todas as dificuldades que encontraremos, a amizade continua e perceber que tudo valeu a pena. E, não, a ficha ainda não caiu.

domingo, 25 de novembro de 2007

Semi-Vitória

Não gosto de cantar vitória antes da hora,  não farei-o agora, mas tenho que comemorar ou pelo menos deixar registrado a vitória que foi, não oficialmente, ter passado para a 2ª fase da Fuvest, só de pensar que não farei cursinho deixa um gosto tão bom, mas pensando bem, posso execrar o cursinho, falar que é uma merda, que não passa de ensino comercial, mas é inegável, que devo alguns pontos a ele. E, é inegável a força que me deu o cursinho, afinal, se não fosse ele, não teria noção o quanto eu não gostaria de repetir a experiência que foi esse ano...
Posso considerar uma vitória, mas não um título, que venha a 2ª fase.
=D

De um vestibulando, que não está tão satisfeito, mas está feliz.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Só pra atualizar

Sem idéias, sem tempo pra pensar muito, vestibular batendo na porta... lendo por aí, encontro uma das citações mais bonitas que já li/vi, é de Ghandi:
"Quando me desespero... lembro-me de que...em toda história...a verdade e o amor sempre venceram.
Houve Tiranos e Assasinos, e por um tempo, eles pareciam invencíveis...mas, no final, sempre caem.
Pense Nisto."

E só de pensar no assunto, você percebe que é verdade e traz um puta alívio...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Emoções! Futebol! SóCanelas!

É foda descrever emoções!
É foda descrever algo que você nem acreditava muito, mas aconteceu!
É foda escrever sobre algo que você gosta muito!
É foda escrever sobre paixão!
E é sobre tudo isso que eu quero escrever agora! Então, com certeza, o texto não vai ficar bom o suficiente, mas preciso escrever sobre.

E tudo isso aconteceu, em um fatídico dia 1º de novembro, numa quinta-feira quente, um azarão (SóCanelas, nosso time) e um dos melhores da escola, quiçá o melhor. Ninguém acreditando na nossa vitória, nem nós acreditávamos muito, entramos como o Davi da história. Sabe-se lá como, a gente jogou muito melhor que o Golias. A cada jogada disputada sobrava raça, disposição, vontade, parece clichê, mas nesse caso é necessário. E, com o apoio maciço da torcida, inclusive de outros times, conseguimos o que para muitos era impossível, fomos campeões, superando contusões (Bigode, clavícula trincada), o calor e mostrando muito futebol, como nunca tínhamos jogado.
Não vou descrever o jogo, nem ao menos tentar. Gostaria de tentar explicar minhas emoções ao longo da disputa, passando da ansiedade no pré-jogo à euforia extrema no apito final, tendo picos nos momentos dos gols. E, o quase choro de emoção, ao abraçar os amigos que tanto lutaram pelo sonhado título. A promessa era minha, perdi o cabelo, mas como valeu a pena!
Possivelmente, acabou o time, mas “Sai da Federal, para entrar na história”, como bem disse Pastel.

Espero que com esse texto, eu tenha conseguido passar um pouco da emoção que foi esse título. SóCanelas Campeão!!!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Futebol de amigos.

Existem certas coisas que tiram as pessoas do sério, futebol é uma delas, vou escrever sobre esse que já foi o meu esporte favorito (talvez ainda seja, mas ao lado do basquete), era fanático, não perdia um jogo do Verdão, mas não é sobre eles que quero falar, e sim de um time de amigos, daqueles que se juntam por jogar, se der competir, mas jogam pela amizade, formados no 1º ano Colegial, e esse ano, o nosso último na escola ta sendo muito espacial.

Em 2005, o time foi formado, era muito ruim, mas com o tempo foi melhorando, arranjando mais amigos, tanto é que em 2006, chegou ao vice-campeonato de uma copa menor e veio 2007, o último ano que os amigos jogariam juntos, pelo menos disputando o famoso Fogo na Ropa, campeonato entre times da escola, e incrível, o time que era muito ruim, que ninguém botava fé, em 2005, chega a final do disputado campeonato, com atuações com muita raça, sorte e um goleiro fodido, mas acima de tudo um grupo de amigos que se juntaram pra se divertir. Só posso dizer, que poucas coisas trazem mais emoção, uma sensação de felicidade indescritível e a retirada de um peso enorme das costas depois de cada jogo ganho pelo time. E que esse time é um orgulho pra mim, mero torcedor, pseudo-técnico que só está na beira da quadra para sofrer mais perto dos amigos. Vai SóCanelas! E que venha a final amanhã.


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Guarda-chuva 68

Tarde chuvosa, numa tarde primaveril, na Cidade Cinza. Procurando as cores da estação das flores, o máximo que se percebe são guarda-chuvas, a maioria acompanha a cidade em tons neutros, mas hoje vi um todo 68, como diria o papai... todo psicodélico, uma alegria vista de uma janela embaçada em um ônibus cheio.
É bem estranha essa sensação pós-Porto, lá acordava e todos os dias eram ensolarados e quentes, só pra dar aquela variada, todos os dias desde que voltei estão chuvosos e frios. Daí bate uma saudadezinha fodida da terra do Axé.
Chega de saudosismo estamos de volta a Cidade Cinza. E a alegria é o tal do guarda-chuva que nem sei de quem é a dona, só sei que é 68 e que me trouxe alegria no ônibus.


domingo, 21 de outubro de 2007

PORTO

Já foi... passou a melhor viagem da minha vida.
7 dias com amigos;
7 dias de baladas;
7 dias de felicidade;
7 dias sem preocupações (tá, quase isso);
7 dias de praia/piscina;
7 dias de passeio;
7 dias de axé (:P);
7 dias sem escola, sem cursinho, sem porra nenhuma;
a semana mais rápida da minha vida, e pensar que as próximas vão demorar uma eternidade perto dessa;
e pensar que agora tá acabando o colegial;
e pensar que temos que crescer e toda essa coisa chata;
e saber que mesmo com juras de amizade eterna, muitas vão passar;
e querer que tudo se repita, que Porto volte, mas sabendo que não volta;
AI QUE BOM SERIA, SE EU TIVESSE, PORTO TODO DIA!!
PORTO TODO DIA, AXÉ, CACHAÇA E PUTARIA.

sábado, 13 de outubro de 2007

PORTO!!!

É tá chegando, no momento que eu posto faltam 21 horas, então próximo post só semana que vem!!

A viagem de formatura com a turma mais foda de todos os tempos está logo ali, batendo à porta, nem precisa dizer que o palerma aqui, tá mó ansioso!

Que venha Porto.


Até, qualquer dia, se tudo ocorrer bem volto dia 21



domingo, 7 de outubro de 2007

Tempo Aleijado.

Mês agitado, sem tempo, 6 dias para viagem de Formatura pra Porto Seguro... Só pra ter post em Outubro

Escrevo algo decente, dia desses. Ligeiramente sem idéias.

E, Aleijadinho é do caralho! E o Barroco é meio chato, mas é fodido de bonito, ser sobre a Igreja e desrespeitar uma das normas "não farás imagens de Santos" ou coisa que o valha.

Aleijadinho no CCBB, em São Paulo, imperdível até dia 13/10.

domingo, 30 de setembro de 2007

Educação Sentimental do Vampiro

Numa noite fria de sábado, em um começo de primavera, mais especificamente no dia 29 de setembro fui ver a peça que dá nome ao post, baseada no livro de contos Um vampiro em Curitiba de Dalton Trevisan adaptada pelo grupo Sutil Companhia de Teatro.
A peça é dividida em várias pequenas partes, óbvio são contos, que por vezes faz nos parecer que tem ligações diretas uma com a outra, não sei se realmente têm, mas é o que faz parecer, talvez pela repetição de nomes que o autor utiliza, por exemplo, Nelsinho é um nome que aparece em dois contos, em um deles é mais velho, em outro um adolescente de 13 anos. Na parte da peça em é mais velho tem traumas sexuais (como a grande maioria das personagens), por outro lado, quando a personagem tem 13 anos aparece estuprando uma moçoila, ou seja, na minha mente doentia pode haver uma ligação entre o trauma e o estupro cometido quando jovem, mas isso é só uma suposição, sem nenhuma base a não ser a minha observação zureta.
Como disse, as personagens tem diversos problemas afetivo-sexuais, o que faz a peça ter diversas cenas violentas e de sexo, crítica a sociedade contemporânea (algo pra deixar o post bonito), a igreja, a família, entre outros.
A peça têm: maridos que espancam mulheres e essas parecem gostar disso, o drama (trauma?) da primeira vez, o homem que busca prostitutas e as acha na igreja, a fuga da família (no caso, o natal), entre diversos outros.
Lendo isso, provavelmente, achará que é uma peça pesada e com um clima down, pois não é isso que acontece, algumas situações são dignas de comédia, claro que isso não tira o peso dos temas, mas em alguns momentos a platéia ri por minutos seguidos, isso faz a peça se tornar mais leve.

Altamente recomendável, talvez, não para os que se impressionam fácil e/ou sintam-se mal ao falar de sexo.

domingo, 23 de setembro de 2007

nomear é limitar? ou não nomear é não especificar?

Aquela clássica frase de Oscar Wilde: "definir é limitar". Sim, é verdade. Porém, quando falamos de arte, principalmente, artes plásticas, principalmente, as correntes modernas da mesma, em que quadros não têm necessariamente algo "real", palpável como fonte de inspiração? Nesse, caso vamos parafrasear e mudar para "nomear é limitar".
Existem quadros que não tem um nome, alguns nem datados estão, existem os outros, com nomes sugestivos, data, lugar, horário, até. No meu conceito, nomear uma dessas obras é limitar o número de interpretações possíveis de uma obra, ou seja, seria diminuir as diferentes visões da obra. A partir do momento em que chamo um quadro de "cachorro", por exemplo, as pessoas vão se predispor a enxergar cachorros em qualquer lugar, tudo se torna cachorro na obra, não importa que seja apenas um risco mais grosso, será um cachorro, já que o autor nomeou a obra. Juliana Osako tem uma visão diferente, acha que nomear é especificar a mensagem que se quer passar ao ser que vê o quadro, são duas opiniões diferentes, completamente, pra ser mais exato, possivelmente a “verdade” está entre as duas opiniões, quem sabe chego a uma conclusão um dia.
Reflexões foram feitas hoje, quando fui ver duas exposições no MASP, “Arte e Ousadia - o Brasil na Coleção Sattamini” e “Da Bauhaus a (agora!)”, recomendo fortemente, porém são um pouco “pesadas” para desacostumados com a arte moderna.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Idealização: escritor

Escrever no buteco (boteco, segundo o Word), acompanhado de uma dose de qualquer coisa é a idealização daquela coisa do escritor boêmio, que não ganhou dinheiro com os escritos, mas se tornou herói de uma geração, com sua pinga (whisky, vodka, saquê, whatever) e sua folha amassada toda rabiscada, sua caneta e um cinzeiro, cheio de bitucas amassadas. Eu não sou escritor e quase me encaixo na imagem descrita acima, escrevo com uma folha de respostas de um simulado recém-feito, ouvindo gazeta.fm no rádio, tomando Coca Zero e num bar limpinho, de família, inclusive com plaquetinhas de prêmios da Veja SP (óóó), talvez sejam essas diferenças que não me façam um escritor, nunca se sabe.

Segundo a professora de Literatura, isso é um texto lírico, ‘tão ta, né.


domingo, 9 de setembro de 2007

Cão Sem Dono (I)

Intenso, muito intenso, é o que posso dizer do filme de Beto Brant e Renata Ciasca. Curto, com apenas uma hora e quebrados, faz o tempo passar como poucos, acho que vou assistir de novo, antes de escrever algo mais aprofundado, mas recomendo intensamente. O único problema é que está em apenas uma sala em São Paulo, e a sala além de tudo é minúscula, tudo bem que está a um bom tempo no circuito, desde 11 de maio, para ser mais exato, mas um filme nacional de qualidade deveria estar em algumas outras salas. Com boas atuações de Júlio Andrade e da belíssima, e põe bela nisso, Tainá Muller. Em certos momentos, a câmera fica “parada”, como diriam os Hollywodianos de plantão. Ou seja, um filme “parado”, mas a intensidade dos atores é sensacional. Verei de novo, para postar algo melhor.

Altamente recomendável.


sábado, 8 de setembro de 2007

0, 5, continuação, especial 22.

Realmente, teve coisa pra caralho, copiado de um tópico na comunidade do Fantástico Professor Júlio Marcondes.
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=512172&tid=2553836370801494345&start=1

Vou postar algumas coisas, que me parecem relevantes.
Ulisses (1922) - James Joyce

• Com a morte de Bento XV, Pio XI (Achile Ratti) é eleito novo papa.
• É criada a URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
• O arqueólogo inglês Howard Carter, descobre no Egito, no Vale dos Reis de Luxos, o túmulo do faraó egípcio Tutankamón.
• A bordo de um hidroavião, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazem a primeira travessia aérea do Atlântico Sul (em 79 dias), de Lisboa ao Rio de Janeiro.
• É descoberta a vitamina E.
• James Joyce publica Ulisses, marco da literatura moderna. Chegou a ser censurado e proibido por ser considerado obsceno.
• Hermann Hesse publica seu romance Sidharta.
• Estréia no cinema Robin Wood, de Allan Dwan.
• O nadador Johnny Weissmuller (futuro Tarzan em 1932) bate o recorde dos 100 m (58,6 segundos).
• Duke Ellington forma sua primeira Orquestra.
Presidente: Artur Bernardes toma posse em 15 de novembro (1922 ~ 1926).
É criado o Imposto de Renda.
• No Rio é inaugurado o Museu Histórico Nacional.
• É inaugurado o maior hotel que o Brasil conhece, o Glória no Rio de Janeiro com 628 apartamentos e suítes.
• No Rio, é iniciada a construção da Cinelândia nos terrenos do antigo Convento da Ajuda.
• Em São Paulo é inaugurado o bar e restaurante Ponto Chic, onde, em 1939, iria ser inventado o famoso sanduíche “Bauru”.
• Escândalo e fascínio. No Teatro Municipal de São Paulo acontece a Semana da Arte Moderna, reunindo a vanguarda da intelectualidade rebelde.
“Como vai? Como vai, vai, vai? Muito bem, muito bem, bem, bem,” Estréia no circo o palhaço Arrelia.
• Mário de Andrade (1893 ~1945) publica Paulicéia desvairada.
• Oswald de Andrade (1890 ~1954) estréia com seu romance Os condenados.
•No dia 7 de setembro, através do pronunciamento do Presidente Epitácio Pessoa, em comemoração ao Centenário da Independência, é inaugura a transmissão radiofônica no Brasil.
Pixinguinha e seu conjunto Os Oito Batutas, embarcam para uma temporada de sucesso na França.
•Revista Klaxon.
•Rainer Maria Rilke publica Sonetos a Orfeu, Elegias de Duíno.
•T.S. Eliot, Terra Sem Vida.
•Albert Einstein, O Significado da Relatividade.
•Ludwig Wittgenstein, Tratado Lógico-Filosófico.
•Oswald de Andrade, Os Condenados.
•Cacilda Becker nasceu.
•Jorge Andrade nasceu.
•Lobato Publica "O marques de Rabicó" e "Fábulas"


Valeu, professor.


quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Morra Alexandre

Trabalhinho de escola, então pega leve. Tinha que criar uma estética... blá, blá, blá.
E Luh, querida, desculpe-me.
:P

E, acredito em Drummond, inspiração faz parte, mas expiração é fundamental... deu um trabalhinho procurar Alexandres.

morra alexandre

que seu império vá para longe o grande
que o nacionalismo lhe parta herculano
que sua melosa canção seja ignorada pires
que introduza seu falo em graham bell frota
que ti graham bell destrua seus telefônicos fios
que suas burguesas roupas hercovitch sejam queimadas e usadas
[como pano de chão
que seus mosquetes e os respectivos donos que não passam de conto
[de ninar sejam esquecidos dumas
que todos as dinastias nomeadas como justiceiras sejam riscadas da
[história
que seus reinos da judéia a rússia passando pela iugoslávia ao épiro
[não tenham terras produtivas filhos não nasçam férteis
que claro fique a culpa é dele do criador do maldito verso
que imbecil foi a ponto de criar um verso com doze sílabas tampouco
[onze ou treze
que esse maldito símbolo dos áureos (e malditos tempos)
[do classicismo seja extinto
que os versos de alexandre vão ao tártaro e fiquem por lá


domingo, 2 de setembro de 2007

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Passadinha rápida, acompanhando o Pré-Olimpíco de Basquete, sem muito tempo pra postar, rezando pro Brasil classificar, mas tá difícil... Vamô.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O Primo Basílio



Confesso não li o livro, uma falha grave, concordo. Logo não posso fazer comparações mais aprofundadas, mas sobre o enredo básico tenho conhecimento. Quem não conhece, que procure por aí, nessa Internet, nesse post tentarei comentar sobre o filme de Daniel Filho, uma adaptação da obra-prima de Eça de Queiróz.
O filme se passa na década de 50, em São Paulo, Jorge (Reinaldo Gianecchini) e Luísa (Débora Falabella) formam um casal de classe média alta, o marido é um engenheiro que trabalha no projeto da nova capital, enquanto sua esposa é uma dona-de-casa com uma empregada e uma cozinheira, tudo vai bem até que o tal primo (Fábio Assunção) chega e balança estruturas (começo clichezento da porra).
Então, ao filme, destaque para Glória Pires, como a empregada Juliana, a atriz é o que há de melhor no filme, sem tirar nem pôr, enquanto Gianecchini e Falabella não estão muito bem. A atriz nas cenas em que deveria transparecer nervosismo, não faz o que deveria, parecendo histérica e descontrolada. Assunção está um pouco melhor que o casal do filme, mas nada que dê um grande destaque ao ator.
As cenas de sexo são comuns ao longo do filme, Daniel Filho abusa do recurso tornando-as, muitas vezes, vazias. Óbvio que elas deveriam existir, porém, não na quantidade que há. O apelo fica claro ao longo do filme, e como todos sabem a história, Luísa trai seu marido com Basílio, a imagem combinada com a trilha sonora dá um apelo ainda maior, sons de sussuros, gemidos, entre outros apelos sonoros.
A história se baseia muito na traição e pouco nas críticas a burguesia que Eça fazia em seu livro, sim, é uma adaptação, porém, o ponto-chave do livro tem pouco destaque. Falha do roteiro, grave, inclusive, talvez desse modo atraia mais público, mas como uma adaptação é um problema grande, principalmente, para os que esperam alfinetadas a nossa burguesia.
Enfim, o filme poderia ser pior, porém Glória Pires salva a adaptação, possivelmente o único destaque positivo. Com certeza, será sucesso de bilheteria, com seus atores globais (inclusive com os gatxenhos do Giani e do Fábio Assunção), apoio da Globo e uma boa divulgação, só espero que atraia leitores ao livro será um grande avanço se alguns milhares se interessem pelo livro, pouco provável, mas nunca se sabe.


quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Contrastes

Contrastes

Um Brasil unificado
Por uma nacionalidade
Mas tipos, cores e crenças
Diferenciados, ora criados

Italianos vem para Móoca
Liberdade, terra dos japoneses
Nordestinos que são a força
de uma São Paulo diferente

Uma mesma língua
com contrastes regionais
R, S, entonações e
significados diversos

Queres um sacolé ou preferes um gelinho?
Bolo de aipim ou sopa de mandioca?
Abóbora, gerimum; polenta, angu
Variantes culturais, paradoxos imaginários

Tentar modificá-los? Difícil, quase impossível
Separá-los por suas diferenças? Não sei se duraria
Pessoas iguais, costumes iguais, cores iguais
Não seria o Brasil, e sim a Alemanha nazista.


Poema de Laiz... Te amo, amor.
;)


segunda-feira, 20 de agosto de 2007

0, 5

Por que os homens são fanáticos por datas terminadas em 0 (zero) e 5 (cinco)? Por que não em 2 e 7? Bom, pertenço à raça humana, também sou fanático por datas... farei uma lista de acontecimentos desde 1907, para não ficar tão distante.

1907 - Nasce Dercy Gonçalves (tá, sacanagem) e Oscar Niemeyer, precisa dizer alguma coisa?
1912 - Nascem John Cage (compositor moderno) e Jorge Amado (Escritor)
1917 - Famosa Greve Geral em São Paulo, uma das primeiras grandes mobilizações populares. Nasce Ella Fitzgerald, sensacional cantora de jazz
1922 - Semana de Arte Moderna, iria colocar apenas isso, mas nasce Jack Kerouac, autor de "On the Road"
1927 - Bezerra da Silva nasce, o sambista-malandro (homenagem à Jabur)
1932 - Revolução Constitucionalista, nasce Rogério Duprat, peça chave para a Tropicália
1937 - Guernica, quadro de Picasso. A quantidade de nascimentos é incrível de Clodovil a Baden Powell, de Saddam a Jack Nicholson.
1942 - Jimi Hendrix, Paul McCartney, Gilberto Gil, Muhammad Ali e Eusébio nascem todos no mesmo ano abençoado
1947 - Morre Aleister Crowley, intelectual do ocultismo
1952 - Nasce David Byrne, líder dos Talking Heads
1957 - Camus ganha seu Nobel, "nascimento" da Bossa Nova, lançamento de "On the Road"
1962 - Nasceu o mais babaca colunista do Brasil, Mainardi e Cássia Eller. Morre a diva do cinema
Marilyn Monroe
1967 - Ano mágico! Caralho! Escreverei um post só sobre esse ano um dia. São lançados fantásticos discos: Sgt. Peppers, Beatles; The piper at the gates of dawn, Pink FLoyd; Doors e seu disco homônimo; Velvet Underground and Nico; Forever Changes, Love; entre outros. A 
Tropicália é criada. "Só" isso
1972 - The Godfather é lançado nos cinemas.
1977 - Falece Clarice Linspector e o Rei, Elvis Presley, vá lá, forçando um pouco a barra, "Nascimento do Punk"
1982 - Falecem Sérgio Buarque de Holanda e Elis Regina
1987 - Falece Drummond
1992 - aparentemente nada que me chame atenção
1997 - Falece Chico Science, A Vida é Bela é filmado

Apenas uma "compilação", com certeza deixei muitos fatos passarem em branco. Posso afirmar que a alguns fatos me levaram a essa compilação, citarei-os:
- os 20 anos de morte de Drummond;
- os 30 anos da morte do Rei;
- os 40 anos de Sgt. Peppers e da Tropicália;
- e o estopim foi os 50 anos do "On the Road".

Chega.






domingo, 19 de agosto de 2007

Rodízio de carnes

Quando vamos a um restaurante como esse, tomamos atitudes bem estranhas, até selvagens. A quantidade de comida ingerida é absurda. Por que comemos tanto?

É uma resposta que ninguém pode dar, conscientemente damos a desculpa do: " pagando, , vou comer até num aguentar mais, fazer valer os trocados gastos". Será que é só isso? Não, não pode ser. Se fosse assim, nunca desperdiçaríamos comida alguma, ficaríamos no cinema até o final dos créditos, veríamos todo o acervo do museu, não apenas a exposição da vez. Não a comilança desbocada na churrascaria não é só isso!
O babaca que escreve aqui, pra ninguém, acha que essa atitude tem um passado lá nos tempos de comida escassa, passando pela religião, afinal a gula, segundo o Cristianismo é um dos pecados capitais, chegando a desculpa esfarrapada que costuma ser dada. Claro, essa atitude bárbara é inconsciente, porque não existe a necessidade de comermos tanto.
Mesmo querendo valer o dinheiro gasto e a questão religiosa, não sei responder, vivemos em um
país laico, porém de maioria católica, esse seria um meio de burlar a religiosidade, dando a
inconsciente desculpa da escassez de comida em tempos remotos, ou seja, seria um modo de burlar
os "olhos divinos".
Fica a dúvida, qualquer dia aprofundo mais... E gostaria de deixar claro, que eu também tomo atitudes bárbaras em rodízios.

sábado, 18 de agosto de 2007

Para quê um blog??

Para que serve um blog? Por que estou a criar um?

Não sei, serve para upar textos ridículos de sua autoria; serve como um psicólogo, e como um psicólogo, não lhe dá respostas; serve para opinar sobre algum assunto qualquer.

A resposta da segunda pergunta está na primeira... Somando o fato desse ser a minha 100ª criação de blog, sendo que nenhum foi pra frente... Fraqueza minha, claro...